sexta-feira, 20 de maio de 2011

O contorcionista

As mãos, fechadas, se embolam no peito. O rosto, abaixado, queima de timidez, ou apenas de charme, mesmo. Mas, os olhos... esses não.

Esses estão sempre atentos, sempre olhando para dentro dos outros, ameaçador, cheios de malícia. Os olhos, eu digo. A malícia está neles.

Debocham de qualquer sentimento puro que possam enxergar, dão gargalhadas das dores de amor. "PATÉTICOS", eles gritam, "RIDÍCULOS", "HIPÓCRITAS".

O corpo, cheio de nós, revela em cada curva uma alma armada, que aponta aos outros, sem qualquer restrição, e denuncia a parte mais fétida dos seres humanos.

Mas é só falar nela que se descontorce em sorrisos e pesares.



(E não é que ele gostou? :D)