segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A mosca


Não foi só o que eles disseram. Eles, sem dúvida, colocaram uma mosca na minha mente que zanzeia e não se cala quando olho pra ele. Parece que, a medida que me aproximo, mais a mosca voa, bate as asas sem parar; aí começa aquele barulho insuportável que, às vezes, chego a acreditar que ela conseguiu se reproduzir e fazer com que suas parentes a ajudassem a apertar o meu juízo.
Eca. Mosca suja, chata, insuportável! Bato as mãos na cabeça pra ver se ela (ou elas) para com aquela confusão! De vez em quando ela me engana, finge que não está lá - ou quem sabe, decidiu tirar uma soneca.
Mas é só olhar pra ele que ela logo fica disposta e começa a pirraça.

Outro dia, pensei que a mosca estava zanzando na minha cabeça de novo, apertei o olho e, quando fui gritar, percebi que ela estava ali, do outro lado da porta.

É... não foi só o que eles disseram. Mas, o que eles disseram, de uma forma bizarra e mutante, se materializou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário