terça-feira, 25 de agosto de 2009

O capítulo LV

Mais uma vez Machado de Assis me impressionou com a sua genialidade.

Além de ter escrito muitíssimo bem e ter brincado sabiamente com as palavras, fez capítulos curtos no livro para que nós, leitores, não nos desesperássemos no meio da noite com as ainda 10 longas páginas que faltam para terminar o capítulo e entrássemos naquele dilema: leio com sono e mal - para acabar esquecendo amanhã e ter que reler -, ou deixo tudo para amanhã e fico curiosa e até perco o sono por não ler?

Hoje, lembrei de fragmentos que me impressionaram nas suas obras, como em Dom Casmurro, quando fala dos amigos, usa de eufemismo para dizer que eles já morreram:

"A maioria já foi estudar Geologia nos campos Santos"

Ou, da peculiar dedicatória de Brás Cubas:

"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembranças estas Memórias Póstumas"

ou até a frase mais famosa de Brás Cubas:

"eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor"

Mas não foi isso que vim aqui contar.
E sim, do incrível e espetacular capítulo LV - 55, para quem nunca lembra - de Brás Cubas - ele de novo:


Brás Cubas ...?

Virgília ...

Brás Cubas ..............................................

Virgília .....................!

Brás Cubas .....................................................

Virgília ............................?...............................

Brás Cubas .................................................

Virgília ............................

Brás Cubas ....................................!
...........................!
.......................!
.................!


Virgília....................................?

Brás Cubas ....................!

Virgília ........................!

Não entenderam bulhufas? Explicarei com o maior prazer, já que se trata de prazer, hehe. Eu lhes apresento, meus queridos, a cena de sexo mais bem escrita (ou não) da história da humanidade!

Agora, é só usar a imaginação, como fez o meu amigo Machado de Assis, para interpretar tão criativamente e simples esta fabulosa cena.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Signs - Sinais

Um curta metragem o qual fica explícito que no amor, qualquer tipo de comunicação vale.

Reserve 15 minutos do seu tempo para deixar um sorriso bobo no rosto e ter todas as esperanças do mundo. Lhe garanto, vale a pena.

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Director: Patrick Hughes
http://www.patrickhughes.com.au


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Você viu o Mário?

Não, não é aquele que te comeu atrás do armário. ¬¬³
Muito menos o que cansou de ser otário e virou revolucionário.

O Mário é aquele cara que você sabe que não pode vê-lo muitos dias na semana porque ele te causa dor.
Dor de barriga.
De tanto rir!

Num dia desses com o Mário, ele me contou do seu produtivo dia de apostas.
De cantadas.
Com um amigo num shopping.

Sim, garotas, sabe esses... hum... seres que lhes passam as pio.. er.. mais estranhas cantadas - digamos assim - que você não sabe se despreza ou cai no chão de rir? Então. Já ouvi duas explicações. Uma lógica e a do Mário.

A lógica é que o cara vai te falar aquilo tudo porque será a única chance dele lhe dirigir a palavra - salvo as vezes que ele lhe perguntar a hora - e, incrivelmente, às vezes funciona - não me pergunte como!

A do Mário é simples: eles escolhem as piores cantadas e apostam quem tem coragem de falar para rir da expressão da pobre garota abordada. Sim, homens... ¬¬³

Mas, então, propicio-lhes um pouco de risada dessas piad... er.. cantadas!

Mário -Você tem um garfo?
Menina 1 - Não... Por quê?
Mário - Porque eu estou te dando sopa! - sorrisinho sedutor - coff coff
Menina 1- Ãhn? Não era colher?
Mário - É que eu sou difícil! - sorriso sarcástico.

Mário - Seu pai é pirata?
Menina 2 olha.
Mário - Porque você é um tesouro!

Mário- Seu pai é piloto?
Menina 3 - ...
Mário - Porque você é um avião!

Mário- Você não é pescoço mais mexeu com a minha cabeça!

Mário- Sexo mata!!! Quer morrer feliz?

Mário - Se você fosse um sanduíche teu nome ia ser X-Princesa…

Mário - Você é a areia do meu cimento. (Pedreiros official)

Dê 0,50 R$ pra menina
ela pergunta pra que isso ?
vc diz
pq sou conquistador barato

Mário - Tá esperando o ônibus gata ?
- Não, porque ?
Mário - Porque tu tá no ponto

Mário - Sua mãe só escreve com letras maiúsculas?
Menina - Não, por que?
Mário - Porque você é um Tesão!


Okey, vou parar com essa tortura.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Bilhetinho

O povo tem imaginação.
Isso, sim!
E são em quintas de moranga que tenho o prazer de ouvir algumas pérolas como a de hoje.

" - E Napoleão era tão miserável que ele tirou a coroa das mãos do Papa e se coroou! Foi a maior vergonha que um papa já passou na vida! ...

alguém acena um bilhetinho para professor...

- Eu vou ler as perguntas e depois continuo.

Abre o primeiro bilhetinho. Pausa. Expressão incrédula. Olha de novo para o bilhete e lê em voz alta:

- "Professor, o nome da mulher de Napoleão - Josefina - tem alguma coisa a ver com a linguiça?"

A sala: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

E ele continua...

- Meu filho ou minha filha, já te falei que drogas não compensam! Estou dizendo que esse alcool-gel do cursinho está deixando as pessoas muuuito doidas! Não, mas eeessa pergunta eu vou guardar no meu livrinho de perguntas que não consigo responder. Junto com a da Revolução dos EUA. Eu contei pra vocês?
O menino me perguntou por quê os colonos americanos não levaram o chá para casa na Festa do Chá de Boston. Em vez de jogar o carregamento no mar, por que não levaram pra casa? Realmente, eu não sei responder. Nem a da linguiça, nem a do chá."

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Uma história de fadas



Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.

Era uma vez, também, nesse tempo (que nem tempo antigo, era, não; era tempo de agora, que nem o nosso), um homem que acreditava. Um homem comum, que lia jornais, via TV (e sentia medo, que nem a gente), era despedido, ficava duro (que nem a gente), tentava amar, não dava certo (que nem a gente). Em tudo, o homem era assim que nem a gente. Com aquela diferença enorme: era um homem que acreditava. Nada no bolso ou nas mãos, um dia ele resolveu sair em busca do País das Fadas. E saiu.

Aconteceram milhares de coisas que não tem espaço aqui pra contar. Coisas duras, tristes, perigosas, assustadoras, O homem seguia sempre em frente. Meio de saia-justa, porque tinham dito pra ele (uns amigos najas) que mesmo chegando ao País das Fadas elas podiam simplesmente não gostar dele. E continuar invisíveis (o que era o de menos), ou até fazer maldades horríveis com o pobre. Assustado, inseguro, sozinho, cada vez mais faminto e triste, o homem que acreditava continuava caminhando. Chorava às vezes, rezava sempre. Pensava em fadas o tempo todo. E sem ninguém saber, em segredo, cada vez mais: acreditava, acreditava.

Um dia, chegou à beira de um rio lamacento e furioso, de nenhuma beleza. Alguma coisa dentro dele disse que do outro lado daquele rio ficava o País das Fadas. Ele acreditou. Procurou inutilmente um barco, não havia: o único jeito era atravessar o rio a nado. Ele não era nenhum atleta (ao contrário), mas atravessou. Chegou à outra margem exausto, mas viu uma estradinha boba e sentiu que era por ali. Também acreditou. E foi caminhando pela estradinha boba, em direção àquilo em que acreditava.

Então parou. Tão cansado estava, sentou numa pedra. E era tão bonito lá que pensou em descansar um pouco, coitado. Sem querer, dormiu. Quando abriu os olhos — quem estava pousada na pedra ao lado dele? Uma fada, é claro. Uma fadinha mínima assim do tamanho de um dedo mindinho, com asinhas transparentes e tudo a que as fadinhas têm direito. Muito encabulado, ele quis explicar que não tinha trazido quase nada e foi tirando dos bolsos tudo que lhe restava: farelos de pão, restos de papel, moedinhas. Morto de vergonha, colocou aquela miséria ao lado da fadinha.

De repente, uma porção de outras fadinhas e fadinhos (eles também existem) despencaram de todos os lados sobre os pobres presentes do homem que acreditava. Espantado, ele percebeu que todos estavam gostando muito: riam sem parar, jogavam farelos uns nos outros, rolavam as moedinhas, na maior zona. Ao toquezinho deles, tudo virava ouro. Depois de brincarem um tempão, falaram pra ele que tinham adorado os presentes. E, em troca, iam ensinar um caminho de volta bem fácil. Que podia voltar quando quisesse por aquele caminho de volta (que era também de ida) fácil, seguro, rápido. Além do mais, podia trazer junto outra pessoa: teriam muito prazer em receber alguém de que o homem que acreditava gostasse.

Era comum, que nem a gente. A única diferença é que ele era um Homem Que Acreditava.

De repente, o homem estava num barco que deslizava sob colunas enormes, esculpidas em pedras. Lindas colunas cheias de formas sobre o rio manso como um tapete mágico onde ia o barquinho no qual ele estava. Algumas fadinhas esvoaçavam em volta, brincando. Era tudo tão gostoso que ele dormiu. E acordou no mesmo lugar (o seu quarto) de onde tinha saído um dia.

Era de manhã bem cedo. O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?

O Estado de S. Paulo, 30/11/1988 - Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Deixa Rolar - Gabriel, o Pensador e Negra Li

É...ssa noite vai ser boa, vai sim
Vaaaai ser boa pelo menos pra mim
Neeeem que seja só por que eu tô afim
Essa noite vai ser boa e foi pra isso que eu vim foi,

O que passou passou pode esquecer
É... rolou não sei que lá não sei o que
Maaas agora tudo pode acontecer
Chega mais que eu tô sentindo que eu não vou me arrepender vem,

Chega bem chegado meu bem, pô
Já tô te secando faz tem...pô
Você se esconde igual nota de cem
Achei pode vim que não tem erro vem que tem, pô

Te vendo e você tá maravilhosa
Sóóóó não quero propaganda enganosa
Tá, a vida não é sempre um mar de rosas
Mas a noite tá gostosa

Se tudo pode acontecer
O que tiver que ser será
E se tiver que ser vai ser
Deixa rolar, deixa rolar...

Gostosa na verdade ainda é pouco
Eu sei que eu devo estar ficando louco
Mas já vai amanhecer e eu vou levar você pra ver o sol nascer entre quatro e poucos
Está! Delírio está colírio para vista tá
Nem sei se eu tô sonhando me belisca tá
Nem sei se eu sou o peixe ou sou a isca
Mas eu sei que o bicho tá pegando aqui na pista

-ei! será que eu já te vi em algum lugar?
Tá aqui sozinha agora já não tá
É... Aí não sei o que não sei que lá
Tudo pode acontecer e se tiver que ser será

Seria muito triste, mas hoje eu poderia estar em casa sem saber que cê existe
Mas Deus olhou pra gente e te pôs na minha frente
E o diabo também quer que eu te conquiste

Se tudo pode acontecer
O que tiver que ser será
E se tiver que ser vai ser
Essa noite vai ser boa vai sim
Vai ser boa pelo menos pra mim
Nem que seja só porque eu tô afim(eu tô afim)

Essa menina quer me enlouquecer
Mas se eu já era maluco agora o que eu vou ser
Agora qual vai ser, qual vai ser a minha sina
Essa menina quer me enlouquecer
Essa menina,
essa menina tá perdendo o respeito
Essa menina quer brincar, então brinca direito
Eu fui dizer pra ela que eu sou sujeito homem
Ela me disse que não que eu era um homem sujeito
E o sujeito tá perdendo seu posto
com muito jeito eu ainda consigo ser sujeito composto
E ela tem predicado pra me fazer de objeto
Verbal,nominal,indireto e direto
Essa menina quer me enlouquecer...

Mas ela vai comigo pro hospício...

Se tudo pode acontecer
O que tiver que ser será
E se tiver que ser vai ser
Deixa rolar!